Vamos tornar o mês das crianças em um exercício para a pluralidade etária?
Houve um tempo em que havia um abismo entre as gerações, os mais velhos não tinham paciência com as crianças e tampouco as crianças paravam para escutar os idosos. Felizmente existe uma preocupação para que este quadro sofra mudanças, visto que, dados do IBGE apontam que em 2025, o Brasil será o sexto maior país do mundo em termos do número de pessoas idosas.
Aqui na nossa casa de repouso já temos estabelecida a prática da intergeracionalidade, por meio de eventos em parceria com escolas, maternais, grupos de dança, incentivando a visita dos netos e bisnetos dos familiares dos nossos residentes e hóspedes e até mesmo filhos dos diretores e colaboradores.
O que podemos observar com cada uma das nossas experiências aqui na nossa casa, é que para os idosos, as atividades intergeracionais, os leva a relembrar o passado e ressignificar o presente com uma profunda reflexão e percepção de si próprios, e para as crianças e jovenzinhos que aqui estiveram, a disponibilidade e abertura para uma conversa, reforçou a grandeza do momento e a necessidade de quebrar paradigmas negativos em torno da velhice.
É perceptível a aprendizagem mútua que pode resultar desta troca deliciosa, onde os idosos aprendem sim a lidar com a tecnologia por meio da paciência das crianças e jovens que os ensinam, e, em contrapartida recebem o carinho ouvindo tantas histórias contadas por quem as viveu, muitas vezes, fatos que conhecidos somente pelos livros.
Nossas experiências nos levaram a constatar que o convívio e o vínculo que estabelecido entre as gerações promovem o fortalecimento da socialização entre as pessoas e as aproxima revelando que o fator tempo é apenas um detalhe, e as atividades intergeracionais têm efeitos positivos sobre a saúde e bem-estar das gerações envolvidas.