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  • 07-05-2024
  • O luto da perda de funcionalidade na demência

    Com ao aumento da expectativa de vida da população, os casos de demência também passaram a fazer parte com maior incidência da vida de idosos e seus familiares.

    Mas e quando o próprio paciente tem a consciência de que está perdendo suas funcionalidades, o que fazer?

    A grande maioria dos pacientes quando conhecem a doença, sabem que sua evolução traz a falta de autonomia e a dependência de outras pessoas para realizar tarefas corriqueiras do dia a dia. Porém, há um lado positivo, pois o doente passa a colaborar com o tratamento, seja o farmacológico, alimentar ou estilo de vida.

    Quando o idoso conhece ou já teve algum familiar com a doença, passa a perceber em si próprio, algumas situações e sintomas que o levam a crer que estão passando pelo primeiro estágio de um transtorno neurocognitivo.

    Com isso, o paciente passa a se colocar no lugar do luto antecipado, ou seja, o luto que se vivencia mesmo antes da morte, sabendo da característica irreversível e progressiva da doença, que pode levar a esquecer o passado, e o futuro passa a ser remoto e até a não existir mais.

    A percepção de que está perdendo a memória e por consequência, toda sua história de vida, leva o paciente à fragilidade e impotência diante do que está por vir. Porém, a consciência da situação também pode ser vista como o lado positivo, visto que se o próprio paciente busca o tratamento e aceita sua condição, a probabilidade de retardar a evolução dos sintomas passa a ser um objetivo a ser alcançado.

    Buscar ajuda é fundamental para minimizar a evolução da doença.

    Primeiramente é preciso buscar um médico seja ele um geriatra ou especialista em neurologia para que o diagnóstico seja confirmado e avaliado sobre o real estágio da doença e orientação sobre o tratamento.

    O enfrentamento da doença e da morte antecipada é um trabalho conjunto, onde o idoso diagnosticado, familiares e amigos, precisam se adaptar a uma condição de auxiliar nas atividades que estimulem a região do cérebro onde estão guardadas as memórias e a coordenação motora, retardando a progressão das perdas cognitivas.

    Cuidar-se é também pensar em não se isolar, continuar a frequentar a vida com os amigos e familiares e permitir-se viver, pois, mesmo que se esqueça o dia de hoje, ele não é menos importante, ao contrário, pode ser sempre o melhor dia da nossa vida.

    Entre os filmes que relatam histórias de pacientes com Alzheimer está o Pra sempre Alice, onde a protagonista compartilha seus sentimentos e citações como essa abaixo:

    “Meus ontem estão desaparecendo e meus amanhãs são incertos. Então, para que eu vivo? Vivo para cada dia. Vivo o presente. Num amanhã próximo. Esquecerei que estive aqui diante de vocês e que fiz este discurso. Mas o simples fato de eu vir a esquecê-lo num amanhã qualquer não significa que hoje eu não tenha vivido cada segundo dele”.

    Aqui na Primaveras vivenciamos junto com nossos queridos idosos, portadores de algum tipo de demência, sempre o melhor dia...todos os dias.


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