Com o aumento da expectativa de vida da população, os casos de Alzheimer também passaram a fazer parte com maior incidência da vida de idosos e seus familiares.
Mas e quando o próprio paciente tem consciência de que está com Alzheimer, o que fazer?
A grande maioria dos pacientes quando conhecem a doença, sabem que sua evolução traz a falta de autonomia e a dependência de outras pessoas para realizar tarefas corriqueiras do dia a dia. Porém, há um lado positivo, pois o doente passa a colaborar com o tratamento, seja o farmacológico, alimentar ou estilo de vida.
Quando o idoso conhece ou já teve algum familiar com a doença, passa a perceber em si próprio, algumas situações e sintomas que o levam a crer que estão passando pelo primeiro estágio do Alzheimer.
Com isso, o paciente passa a se colocar no lugar do luto antecipado, ou seja, o luto que se vivencia mesmo antes da morte, sabendo da característica irreversível e progressiva da doença, que pode levar a esquecer o passado, e o futuro passa a não existir mais.
A percepção de que está perdendo a memória e por consequência, toda sua história de vida, leva o paciente à fragilidade e impotência diante do que está por vir. Porém, a consciência da situação também pode ser vista como o lado positivo, visto que se o próprio paciente busca o tratamento e aceita sua condição, a probabilidade de retardar a evolução dos sintomas passa a ser um objetivo a ser alcançado.
Procure ajuda!
Primeiramente é preciso buscar um médico seja ele um geriatra ou especialista em neurologia para que o diagnóstico seja confirmado e avaliado sobre o real estágio da doença e orientação sobre o tratamento.
O enfrentamento da doença e da morte antecipada é um trabalho conjunto onde o idoso diagnosticado, familiares e amigos precisam se adaptar a uma condição de auxiliar nas atividades que estimulem a região do cérebro onde estão guardadas as memórias e a coordenação motora, retardando a progressão das perdas cognitivas.
Cuidar-se é também pensar em não se isolar, continuar a frequentar a vida com os amigos e familiares e permitir-se viver, pois, mesmo que se esqueça o dia de hoje, ele não é menos importante, ao contrário, pode ser sempre o melhor dia da nossa vida.
Entre os filmes que relatam histórias de pacientes com Alzheimer está: Para sempre Alice, onde a protagonista compartilha seus sentimentos e citações como essa abaixo:
“Meus ontens estão desaparecendo e meus amanhãs são incertos. Então, para que eu vivo? Vivo para cada dia. Vivo o presente. Num amanhã próximo. Esquecerei que estive aqui diante de vocês e que fiz este discurso. Mas o simples fato de eu vir a esquecê-lo num amanhã qualquer não significa que hoje eu não tenha vivido cada segundo dele”.
Aqui na Primaveras vivenciamos junto com nossos queridos idosos portadores de Alzheimer, sempre o melhor dia...todos os dias.